NÃO TE METAS NA VIDA ALHEIA SE NÃO QUERES LÁ FICAR

BONJOUR VINCENT

Estávamos 5000 m acima do mar, rodeados de pedras gigantes do tempo em que os Incas eram reis. Debaixo de um céu com muito mau humor, o Gregory meteu conversa com um francês cuja pinta não enganava ninguém. Surpresa das surpresas: eram os dois de Lyon, viviam a 5 minutos um do outro e até aquele dia nunca se tinham visto mais gordos.
E estavam tão contentes por poderem finalmente conversar sem ser por monossílabos, que nem lhes passou pela cabeça que as duas portuguesas barulhentas, estivessem com as antenas apontadas para França! Risos e mais risos, bla bla bla, Cristiano Ronaldo, bla bla bla, Esteban e Les Mysterieuses Cités D'or, risos, bla bla bla, flash flash, Motorcycle Diaries, bla bla bla e ficámos amigos!
Nunca combinámos nada com o Vincent das mãos bonitas, das mãos de carpinteiro. Afinal era a nossa viagem e não a queríamos partilhar com mais ninguém.
O universo é que não estava de acordo e fez com que os nossos caminhos peruanos se voltassem a cruzar uma vez, duas vezes, três vezes...
No meio da selva, no táxi do lado, no lago Titicaca ou na paragem do autocarro lá estava ele, todo sorrisos, a acenar das alturas! E nós respondíamos com um "bonjour Vincent" perfeito e em coro!
Perdemos-lhe o rasto quando passámos a fronteira para a Bolívia. Nós apanhámos a carreira que dizia La Paz e ele o autocarro 5 estrelas rumo à Ilha do Sol, onde foi raptado pelo grupo das argentinas giras à brava, que transbordavam do nosso barco no dia anterior. Temos a certeza!!!:)
Só voltámos a ter notícias do nosso francês giro, ontem (ler o mail do post anterior). Malditas argentinas de olhos azuis! Bolas!

Vincent, agora que elas te deixaram voltar a terras de Asterix é favor de nos vires visitar. Tens cá à tua espera um quarto estilo chambre com janelas estilo fenêtres, em minha casa estilo maison! Estamos com saudades!

NÃO TE METAS NA VIDA ALHEIA SE NÃO QUERES LÁ FICAR

BONJOUR VINCENT

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