Já vivi essa estória de ou eu ou a prancha. Todo surfista que se preze já passou por isso. A mulher queria me arrastar pra bahia no reveillon. Passar os dias bebendo caipirinha de frente pro mar flat de caraíva. Sentia calafrios só de imaginar tanto tempo ‘perdido’ sem surf. Queria era ir pro Perú celebrar a passagem do ano exausto depois de surfar muitas esquerdas perfeitas. Ela acabou indo com as amigas pra terra de Caymmi e eu embarquei sozinho naquele vôo da Aeroperú rumo a Lima, e depois mais ao norte. O casamento acabou. O surf falou mais alto. De novo.
Mas essa não foi a única perda que o surf me impôs. Houveram muitas, no decorrer da vida. Sou prisioneiro do surf. Todas as minhas escolhas são ditadas por ele. Sempre foram. E isso é muito louco, essa coisa de ver o mundo atravéz de uma lente e excluir todas as outras possibilidades. Que é oque nós, fissurados do surf, acabamos fazendo.junho 2006 julho 2006 agosto 2006 setembro 2006 novembro 2006 dezembro 2006 janeiro 2007 fevereiro 2007 março 2007 abril 2007 maio 2007 junho 2007 julho 2007 agosto 2007 setembro 2007 novembro 2007 dezembro 2007 janeiro 2008 fevereiro 2008 março 2008 abril 2008 maio 2008 junho 2008 julho 2008 agosto 2008 setembro 2008 outubro 2008 novembro 2008 dezembro 2008 janeiro 2009 fevereiro 2009 março 2009 abril 2009 maio 2009 junho 2009 julho 2009 agosto 2009 setembro 2009 outubro 2009 dezembro 2009 junho 2010